segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Deu tudo certo! E agora?

Pois então, o blog já mudou de nome. Rosa, José e...Clarissa! Chegou, antes do esperado, mais uma princesa, mais um presente na nossa vida. Hoje faz um mês que ela está conosco. Desde que ela chegou que planejo escrever sobre esse momento, mas o intensivão de cuidados com os três não tem dado trégua para a escrita.
Para os que acompanham, conto aqui, rapidamente, um pouquinho do processo. Sim, sim, ela é a mesma criança do post “Casa Grande, Família maior ainda”. Na época ponderamos que não poderíamos adotar, mas nosso coração não se aquietou com essa decisão e, de impulso, fomos procurá-la. Visitei a instituição e ela estava logo na porta. Deitada no chão, segurando os pezinhos... eu  só conseguia chorar. Não avisei aos que me guiavam que tinha intenção de adotar, até porque era tudo novo, difícil e incerto e fiquei parecendo uma louca chorando copiosamente. Na saída, ela me deu um tchauzinho discreto. Com o José já grande na barriga e a Rosa no braço, dar o passo do terceiro filho era algo delicado, além disso, uma adoção “tardia”, como chamam adoções de crianças que não são mais bebês, não é um processo simples nem rápido. Então fomos devagar, passo a passo, visitando, nos conhecendo, trocando olhares e abraços, cumprindo os processos burocráticos, enfim, gestando, até ela poder estar definitivamente conosco.
Quando decidimos ter filhos, abrimos as três frentes: nos habilitamos para adoção e eu e Marta tentamos engravidar e eis que todos os filhos chegaram, meio tudo junto, meio de susto e somos agora uma grande família. Como disse uma amiga minha, mãe também de 3 filhos, um gerado por ela e os outros dois gêmeos, gerados por sua companheira: a gente tenta, tenta, depois dá tudo certo e de uma hora para outra de 2 viramos 5!
Ainda estou me habituando a esta nova realidade, dedicando meu tempo e minha alma em conhecer cada detalhe da Clarissa, passar segurança para a Rosa de que ela não está perdendo com tantas mudanças e aninhar o José como ele precisa. O resto, fica para depois.

Que Mistérios tem Clarissa
Assisti no último final de semana a peça “Agua Viva”, de minha amiga Sarah Cintra, sobre a obra de Clarice Lispector. Ela fala sobre a possibilidade de se viver o momento, de se ser alegre. Filhos são grandes alarmes do tempo que passa, da rapidez com que eles crescem, das preocupações com o futuro... Mas nada como eles para se viver o momento e ter vários instantes, não de alegria, mas de felicidade. A maternidade da Clarissa está se fazendo assim, de instantes de mistério e descobertas. Muitas vezes nesse mês andamos quase apavoradas sem saber como agir, como falar com ela. Às vezes, bastava pegar ela no colo para tirar do banho que se seguia um choro copioso... de susto, de medo, de manha...? Não tenho a menor ideia.  O dia a dia é por vezes difícil e desgastante e as descobertas e os encontros vão se fazendo aos poucos.
Toda noite fazemos ela e Rosa dormir. A Rosa está acostumada a receber carinhos nas costas. A Clarissa falava claramente: “cainho não”. Então só sentávamos ao seu lado. Até que a uns 15 dias ela me deixou fazer carinho e, para minha surpresa, começou a me fazer carinho de volta. Não era uma ação de rotina, não era como imaginamos receber um cafuné, era uma troca de afeto única e nova. Nesse momento, todo o medo, as inseguranças e dificuldades vão embora e se é simplesmente feliz. Uma felicidade inexplicável, que te faz plena, que me faz mãe.

“Pra quem cuida bem da Rosa (pra quem sabe cultivar)”
Eu estava muito preocupada com a Rosa, afinal, de filha única, virou irmã do meio... temos observado ela muito e digo que, muitas vezes é ela quem me ajuda. Ela é muito carinhosa com o José. Enche a boca para dizer “meu irmão!”. Quando ela quer mais atenção, ela pede. A Rosa é muito verbal e expressa bem suas necessidades. “Eu quelo colo também”. “Agora blinca comigo um pouquinho?”. Com a chegada da Clarissa, primeiro ela ficou eufórica com as visitas de uma amiguinha. Quando a cama da Clarissa chegou, ela entendeu que a amiguinha veio para ficar e teve uns dias mais difíceis, mas sempre conversando com a gente: “Eu to chateada, mãe Laula!”. “Com o que, filha?” “Tô chateada com a Caissa!”. Dando assim a chance da gente explicar e trabalhar o sentimento dela. Claro que quando ela disse isso partiu nosso coração. Nessa mesma semana a Clarissa precisou voltar para o abrigo. Ela ficou 4 dias antes de vir para casa de vez. Foram dias tensos. Até que a Rosa pega um livrinho, “livro da família”, com uma ilustração de uma mãe e duas filhas e disse: “mãe Laula, Osa e Caissa! É a nossa famiia!” Posso com isso? Eu indo e ela voltando desse jeito? Um mês passado e elas brincam e brigam como as irmãs que são.
A Rosa me enche de orgulho todos os dias e cada dia mais. Amo muito meus 3 filhos, mas cada um é diferente. A Rosa foi meu maior arrebatamento. Minha primeira filha que significou tantas coisas, tantas superações, me fez mãe e me mostrou que eu podia ter uma família. Foi ela também que possibilitou os irmãos. Como ela está bem, inteligente, segura, nos deu confiança para ter o segundo e o terceiro... pode ser que seja só dela mesmo, mas nos dá a impressão de que estamos fazendo um bom trabalho.

“E agora, José?”
Pois é, menino. Muita coisa acontecendo e você tão pequenininho... O José desde que nasceu, primeiro dia de vida, que é avesso a berços. Na maternidade só dormiu quando colocamos ele na nossa cama. Na primeira noite dormiu do meu lado e na segunda do lado da Marta. É também avesso a carrinho, bebê conforto, chupeta... o que ele gosta? Colo e peito. A Marta diz que foi o jeito dele de garantir a atenção. Eu acho que foi o nosso acordo com ele de se dispor a ser exatamente o que ele precisa nesse momento. Não estamos educando ele a ser independente desde cedíssimo para estarmos o máximo possível com ele. Ele é filhote, no sentido categórico da palavra. Ele nem percebe que saiu da barriga, que não é um pedaço da mãe. Então, ele é pedaço. Andamos, eu e Marta, com ele amarrado no colo, muitas vezes no sling (para liberar as mãos para as meninas), mas ele fica ali, sentindo nosso calor, ouvindo as batidas do nosso coração. Depois descobri que tem uma linha de pediatria norte americana que defende esse tipo de cuidado com o bebê, que o problema é que isso seria sacrificioso para os pais... No nosso caso, foi natural. Foi a melhor maneira de acomodar os três. Cuidamos e educamos as meninas e com o José agimos quase por instinto. E nada melhor que o instinto no que se refere a parto, amamentação e bebezinhos...

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Amamentar

Faz muito tempo que não escrevo aqui. Na verdade porque desde a postagem de fevereiro sobre a questão da adoção que minha gestação voltou a ser uma "gestação gemelar", mas ainda não era e ainda não é a hora de falar sobre isso online. Em breve farei um post nesse assunto.
Para quem não sabe, nosso José nasceu dia 20 de maio, 12:40, com 3,775kg, 50 cm e muita saúde! Hoje ele completou 45 dias e resolvi escrever sobre a dupla amamentação. Na gravidez da Rosa decidi que queria muito amamentar e, para isso, comecei a estimular o seio quando a Marta estava com 7 meses de gestação. Quando completamos 38 semanas, eu já tinha colostro e 5 dias depois a Rosa nascer, o leite desceu. Sempre em pouca quantidade, mas veio. Para mim foi muito gratificante, emocionante, mágico, amamentar a Rosa. Principalmente para poder tê-la no meu colo, com esse contato tão íntimo que une uma mãe e seu recém nascido. Em pouco tempo, no entanto, tivemos que fazer alguns novos arranjos: meu leite era pouco, a Rosa preferia o seio da Marta e, mesmo ela, começou a ter menos leite, justamente poque revesava a amamentação (é a sucção que estimula o leite...). Ela não ganhou peso no primeiro mês... Diante disso, foi necessário incluir um complemento com fórmula que dávamos também no peito no sistema de relactação (com sondinha no bico do peito) para que ela não desistisse de mamar. Com 5 meses e a introdução de novos alimentos, Rosa largou o seio espontaneamente - para nossa tristeza.
Com o José decidimos fazer um pouco diferente para ver se garantíamos a amamentação exclusiva e que ele mamasse por mais tempo. A Marta estimulou o seio no final da gravidez e, em muito pouco tempo, tinha leite,  antes mesmo do José nascer. Quando ele nasceu, mamou em nós duas, mas decidimos que até o leite descer e a amamentação se regularizar, ele ficaria mais no meu peito para que garantíssemos o ganho de peso no primeiro mês. A Marta continuou dando o peito uma vez por dia, meu leite desceu em grande quantidade (nenhuma roupa cabe mais no peito...) e o José mama muito bem e engordou bem no primeiro mês. Claro que a quantidade de leite da Marta diminuiu substancialmente e isso nos causou certa tristeza, pois ficamos com medo dele parar de mamar com ela... Acontece que nosso filho é um dengo que ama carinho de mãe. Até hoje, nosso menino não pegou chupeta e, como todo neném, gosta de sugar o tempo todo... e também não chupa dedo... o que ele faz? Usa as mães! Agora mesmo, eu dei de mamar, ele encheu a barriguinha, golfou e pediu mais. Foi direto para o peito da mamãe Marta, onde agora está dormindo feito um anjinho dando folga para a mãe Laura ficar no computador.
Fico sempre emocionada de ver o José mamando com a Marta, de ver os dois nessa sintonia tão sublime. Agradeço muito poder compartilhar a maternidade dessa forma.

sábado, 25 de fevereiro de 2012

De Onde eu Vim


Fiz essa poesia faz algum tempo, pensando em transformar em um livrinho para a Rosa e agora, certamente para o José. A irmã da Marta está fazendo as ilustrações do livrinho e meu irmão fez o quadrinho abaixo. Estou vivendo uma troca muito interessante com outras mães em situação semelhante a nossa e achei legal dividir esse texto também aqui:


Era uma vez duas mamães que queriam muito um filho
Elas sonhavam com ele todos os dias
E um dia, elas sabiam, ele viria

As mamães procuraram seu neném
Em todas as nuvens
Em todas as estrelas
E em todos os seus sonhos também
E lá encontraram

Primeiro buscaram um doador
Que deu a sementinha que faltava
Depois chamaram um médico
Que ajudou no que precisava

Misturando a sementinha na barriga de uma das mamães
Com um bocado de amor
Um tanto de carinho
E uma pitada de esperança
Lá estava uma criança

A barriguinha foi crescendo e o amor das mamães também
Arrumaram quarto
Roupa e brinquedo
Jogaram fora medo e segredo
Tudo pro neném!

Até que um dia
O dia mais bonito de todos os dias
O neném nasceu
Cercado de amor e carinho
Um outro dia ele cresceu

E quando fazia das suas
Essa criança, sempre linda, dizia,
Mães, eu tenho duas!!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Casa grande, família maior ainda...

Essa postagem era para ser apenas sobre a nossa nova casa, mas eventos dessa semana me fazem falar sobre todo nosso sonho de família.
Bom, primeiro a casa. Até março vamos nos mudar para Santa Tereza. A casa é do meu pai: casa dos sonhos, construída depois de uma vida de trabalho, com piscina, área para jardim, garagem, quarto para todos os filhos e os futuros netos. Mas, pelo menos até o momento, o papai não pôde morar ali tanto quanto gostaria. Mudança de emprego para Porto Alegre, depois São Paulo e sem previsão para voltar para a charmosa Santa Tereza... Quando engravidamos de gêmeos, ficamos preocupadas em não caber no nosso apartamento e surgiu o delicioso convite de ocuparmos a casa de Santa.  Um mês depois, descobrimos que apenas um embrião havia se desenvolvido, ou seja, teríamos mais um filhote e não mais dois, mas, conversando todos, achamos que a Rosa e o José teriam uma excelente qualidade de vida na casa e, afinal, já que a casa era para filhos e futuros netos, pelo menos esses estariam aproveitando - e bem! Passamos o primeiro dia na casa esse sábado e a Rosa se esbaldou na piscina!
Mas chegou segunda feira e recebemos um telefonema que mudou o caminho desse post e das nossas emoções. Quando pensamos em ter filhos, a primeira idéia era adotar. Fomos na Vara da Infância e abrimos um processo de habilitação para adoção no final de 2008. A partir daí, esperamos. Seis meses se passaram e nada, nenhum contato. Até que decidimos descobrir o processo de inseminação e afins. Tínhamos ido duas vezes ao médico quando ligaram da Vara chamando para um grupo que se encontraria todas as quartas e representava o início do processo da habilitação. Como adotar uma criança faz parte dos planos da nossa vida, fomos ao grupo. Enquanto isso, iniciamos o tratamento com o médico. Resumindo, houve um momento em que eu e Marta estávamos em processo para engravidar e ainda frequentávamos o grupo de adoção - Isso é que é querer um filho! Nessa época escrevi uma carta para os filhos que resultassem desse processo. Transcrevo um pedaço abaixo, pois são muitas páginas...:

"Meus futuros filhos,
Pois é, eu e sua mãe Marta, tomamos o que deve ser a principal decisão das nossas vidas. Vamos ter filhos. (...) Percebemos que um filho nasce do amor. Isso tem de sobra nessa casa! Nos amamos muito, estamos juntas vai fazer 10 anos em 23 de janeiro próximo, e temos muito amor para construir uma família. Agora existe eu, Marta, Zé, Mané e a, cada vez mais forte, presença de vocês. Existem muitas formas de nos encontrarmos e estamos no caminho de todas, pois ainda não sabemos como vocês vão querer vir. Nesse processo, somos obrigadas a fazer milhões de escolhas que vão interferir diretamente na vida de vocês, mas, como ainda não podemos perguntar como preferem, espero muito estarmos acertando.
Hoje, por exemplo, fiz minha segunda tentativa de inseminação.
Na verdade, parei de escrever porque a Marta chegou. Hoje já é domingo (estava escrevendo em uma quinta-feira) e sua mãe Marta também fez uma tentativa de inseminação ontem. Para que nos entendam, queremos tanto que vocês venham, já os amamos tanto, que estamos mesmo pensando em uma família grande! Ao mesmo tempo, nós duas estamos tentando a inseminação e, um pouco antes disso, entramos com um processo de adoção. Acreditamos que toda a criança precisa ser adotada, se não trata-se apenas um fenômeno biológico, de maneira que é assim que vai ser aqui em casa. Todos serão adotados. Provavelmente, um vai nascer da minha barriga, outro da barriga da mamãe Marta e outro ainda de uma terceira barriga! O fundamental não é de onde vieram, mas onde vão chegar e o que vamos construir juntos. Mas achamos que devem saber de onde vieram e, por isso, escrevo essa carta."
Enfim, começamos aí a planejar nossos três filhos. Três filhos que sonhamos desde o inicio do nosso namoro e eu, com apenas 18 anos, brincava dizendo que teríamos um da minha barriga, um da barriga da Marta e um terceiro adotado! Eis que a brincadeira começava a se tornar realidade.
O resto da história vocês sabem mais ou menos. Primeiro a Marta engravidou, agora eu. A habilitação para adoção saiu quando a Rosa tinha quatro meses. Decidimos suspender a habilitação, pois estávamos ainda em um momento muito inicial com a Rosa. Quando decidimos ter o segundo, resolvemos priorizar a minha gravidez, pois a biologia rege o tempo desse tipo de processo (e digamos que mesmo tendo menos de 30 anos eu não engravidei com facilidade) e mantivemos a habilitação suspensa.
Acontece que essa segunda feira nos ligaram da Vara da infância e adolescência informando que havia uma menina de dois anos e nove meses apta a adoção e que éramos as primeiras da fila. Que fila? Nossa suspensão durava apenas um ano. Não nos informaram ou não entendemos isso... pedimos 24h para pensar. A moça entendeu o engano e poderíamos ter nos afastado do caso na hora, mas também não conseguimos. Ficamos muito abaladas, pois sempre imaginamos esse telefonema seguido de uma grande euforia, mas não era isso agora. Se por um lado queríamos que fosse, por outro tínhamos medo de ser irresponsáveis com as três crianças.  Após pensar um bocado, pelo menos racionalmente entendemos que cada criança ia precisar de cuidados especiais: o José como recém nascido, a Rosa se adaptando a não ser mais filha única e, sem duvida, essa menina, se adaptando a toda uma nova vida. Não seríamos as melhores pessoas para dar isso para ela agora. Falamos com a assistente social com lágrimas nos olhos. A Marta chorou muito e ainda estamos abaladas.
Mas enfim, isso reacendeu nosso sonho. Sonho que não é mais sonho, é plano. Depois que o José nascer, pretendemos criar as circunstâncias de mais um filhote para completar a tão sonhada família. Quando suspendermos o bloqueio da nossa habilitação, temos certeza que virá para nós uma criança linda que nos fará mais felizes e mais completas e que vai se divertir muito com os seus dois irmãozinhos. Queremos nos preparar para ela como nos preparamos para a Rosa e agora para o José. Mais um tempo e o blog deve ter que mudar de nome... E espaço tem: viva a casa de Santa Tereza!



sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Mães de menina e Mães de menino

Pois é. Ainda no ventre José começa a nos apresentar o universo masculino que vem com ele. Desde pouco depois que descobrimos que eu estava grávida - na verdade desde que soubemos que apenas um embrião (dos dois visualizados no primeiro ultrassom) tinha se desenvolvido - senti que era um menino. Não achava que fosse ter esse tipo de sensação, mas comecei a dizer para as pessoas: "acho que é um menino, não sei porque". Bem, quando efetivamente confirmamos o menininho, a Marta - que detesta terapia ou auto ajuda - falou: vou comprar aquele livro: "criando meninos"! Sempre rimos desse livro, pois qual seria de fato a diferença entre criar meninos e meninas? Mas na eminência de um ser do sexo masculino dependendo de nós, a insegurança bateu: será que temos que fazer alguma coisa diferente?
Bom, começa com as roupinhas. Verificamos que quase NADA  pode ser aproveitado do armário da Rosa. Por mais que ela vista azul, verde, quase tudo tem lacinho, borboletinha, coraçãozinho, florzinha... é impressionante como as roupas são marcadas. Tem algumas coisas unissex (que a Rosa usava com um lacinho na cabeça, claro....). Falei sobre isso com a Irene, irmã da Marta, que também espera um menino (sim, ele vai ter um priminho!!) e achei a percepção dela incrível: na nossa classe solcial e nos tempos atuais, é melhor ser mulher do que homem... a menina pode usar qualquer coisa, fazer o que quiser e ninguém fala nada... O pobre do menino, não usa vestido, não usa rosa (ou usa?),  não rebola... blá, blá, blá...
Enfim, fora tudo isso, tem o "piu piu". Nas minhas duas últimas ultrassonografias,  ele foi foco absoluto dos médicos. Pedi à primeira médica que fizesse uma foto de perfil do José e escrevesse abaixo o nome, pois a Marta me deu de natal um porta retrato com uma ultra de perfil da Rosa e o nominho dela e um espaço para colocarmos uma do José. Acontece que ele estava com o rostinho escondido. Qual foi a solução da médica? Quando peguei o laudo, ela colocou uma foto do pênis do meu filho, escrito: "pênis" e abaixo: "José". Pode isso? Nunca fizeram isso com a Rosa. Fariam isso com uma menina? Bem, apesar de um certo incômodo, achamos alguma graça, no mínimo curioso esse culto ao "pintinho" de um feto... Passou um mês, outra ultra. Dessa vez a morfológica. Primeiro as notícias: nosso filho está lindo e saudável! Tudo certo com ele! Ele mede em torno de 24cm e pesa cerca de 527g!! Solicitamos novamente a tal foto de perfil. O ultrassonografista fez e ficou linda!! (deu até para achar que a boquinha e o queixo parecem comigo...).  Pegamos então o laudo: várias fotinhos da morfologia do feto - coração, cérebro, ossos, rosto, mãos, pés, sexo, etc e, na segunda página, duas fotos ampliadas para as mamães ficarem felizes: o perfil escrito José e o??? "Piu piu"! A página está escaneada ao lado para que todos vejam que nosso filho é lindo (e macho mesmo, né? Deve ser isso...).
Enquanto isso, nossa menina está cada dia mais vaidosa. Ontem, chegamos na cheche e todas as professoras contavam a seguinte história: fizeram uma atividade na sala de multimeios - que tem fantasias. A atividade era mexer no caldeirão de bruxa, mas a Rosa resolveu se fantasiar: colocou chapéu, colares, pulseiras e dizia: "(R)osa tá (l)inda!!".  Os amigos então vinham com cobrinhas e morceguinhos perto dela e a nossa pequena: "Não, sai! A (R)osa tá (l)inda!". Bem menininha essa nossa filha... Como diria a Marta: nossa "Xuxuca Piruinha!!"


sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Mães de dois

Desde que esperávamos a Rosa, tinha vontade de escrever as experiências pelas quais estávamos passando em um blog. Acabei na dúvida e escrevi vários e vários textos só para ela (que tenho que lembrar de imprimir e salvar para que não se percam nesses arquivos digitais).
A Rosa nos fez mães. Gerada na barriga da mamãe Marta, eu acompanhei cada segundo desde antes da concepção, preenchi o livro da grávia e fiz yoga para gestantes. Ela nasceu enquanto eu cantava "A Rosa" do Pixinguinha e hoje, com um ano e sete meses, Caetano cantava essa música no rádio do carro e ela falou: "a muca da Osa!".  Ficamos muito emocionadas.
Desde antes de nascer, ela é o centro da nossa atenção e sabe muito bem disso. Já faz quase 6 meses, a Marta carregava o bebê de uma amiga e ela puxou o pé da criança e disse: "Não! Mamãe meu!". Eu então peguei o bebê do colo da Marta e ela repetiu o texto puxando mais uma vez o pé da aminguinha Lia: "Mamãe meu!".
Eis que vamos ter outro filho: José vem por aí. Hoje completo 5 meses de gravidez e ele está se fazendo presente, chutando a beça e me fazendo ir ao banheiro a cada 15 minutos. Acho que a brincadeira do dia é apertar a minha bexiga. 
Descobri que segundo filho é mesmo o que dizem: temos muito trabalho com a Rosa, não somos mais marinheiras de primeira viagem, estamos trabalhando muito e, o resultado é que, até o início desse ano, ainda não tinhamos conseguido curtir a gestação simplesmente. Mas isso está mudando, comecei a fazer yoga para gestantes, a Marta participa dos encontros sobre cuidados com o bebê, compramos várias coinhas (de menino!) quando fomos visitar meu irmão em NY e agora inicio esse blog! Assim, as experiências de sermos mães de dois ficam registradas para os pequenos e para os amigos que querem notícias.
Por enquanto, os irmãos se dão bem. A Rosa faz carinho na minha barriga, sempre que vê uma ultra  fala "neném!" e já chama o irmãozinho pelo nome: "Xosé!". Quero só ver quando ela descobrir que não se trata de uma mancha em preto e branco e nem de uma melancia que a mamãe engoliu... 

Beijos a todos, estou feliz em compartilhar por aqui.

Laura