Pois então, o blog já mudou de nome. Rosa, José
e...Clarissa! Chegou, antes do esperado, mais uma princesa, mais um presente na
nossa vida. Hoje faz um mês que ela está conosco. Desde que ela chegou que
planejo escrever sobre esse momento, mas o intensivão de cuidados com os três
não tem dado trégua para a escrita.
Para os que acompanham, conto aqui, rapidamente, um
pouquinho do processo. Sim, sim, ela é a mesma criança do post “Casa Grande,
Família maior ainda”. Na época ponderamos que não poderíamos adotar, mas nosso
coração não se aquietou com essa decisão e, de impulso, fomos procurá-la.
Visitei a instituição e ela estava logo na porta. Deitada no chão, segurando os
pezinhos... eu só conseguia chorar. Não
avisei aos que me guiavam que tinha intenção de adotar, até porque era tudo
novo, difícil e incerto e fiquei parecendo uma louca chorando copiosamente. Na
saída, ela me deu um tchauzinho discreto. Com o José já grande na barriga e a
Rosa no braço, dar o passo do terceiro filho era algo delicado, além disso, uma
adoção “tardia”, como chamam adoções de crianças que não são mais bebês, não é
um processo simples nem rápido. Então fomos devagar, passo a passo, visitando,
nos conhecendo, trocando olhares e abraços, cumprindo os processos burocráticos,
enfim, gestando, até ela poder estar definitivamente conosco.
Quando decidimos ter filhos, abrimos as três frentes: nos
habilitamos para adoção e eu e Marta tentamos engravidar e eis que todos os
filhos chegaram, meio tudo junto, meio de susto e somos agora uma grande
família. Como disse uma amiga minha, mãe também de 3 filhos, um gerado por ela
e os outros dois gêmeos, gerados por sua companheira: a gente tenta, tenta, depois
dá tudo certo e de uma hora para outra de 2 viramos 5!
Ainda estou me habituando a esta nova realidade, dedicando
meu tempo e minha alma em conhecer cada detalhe da Clarissa, passar segurança
para a Rosa de que ela não está perdendo com tantas mudanças e aninhar o José
como ele precisa. O resto, fica para depois.
Que Mistérios tem Clarissa
Assisti no último final de semana a peça “Agua Viva”, de
minha amiga Sarah Cintra, sobre a obra de Clarice Lispector. Ela fala sobre a
possibilidade de se viver o momento, de se ser alegre. Filhos são grandes
alarmes do tempo que passa, da rapidez com que eles crescem, das preocupações
com o futuro... Mas nada como eles para se viver o momento e ter vários
instantes, não de alegria, mas de felicidade. A maternidade da Clarissa está se
fazendo assim, de instantes de mistério e descobertas. Muitas vezes nesse mês
andamos quase apavoradas sem saber como agir, como falar com ela. Às vezes,
bastava pegar ela no colo para tirar do banho que se seguia um choro copioso...
de susto, de medo, de manha...? Não tenho a menor ideia. O dia a dia é por vezes difícil e desgastante
e as descobertas e os encontros vão se fazendo aos poucos.
Toda noite fazemos ela e Rosa dormir. A Rosa está acostumada
a receber carinhos nas costas. A Clarissa falava claramente: “cainho não”.
Então só sentávamos ao seu lado. Até que a uns 15 dias ela me deixou fazer carinho
e, para minha surpresa, começou a me fazer carinho de volta. Não era uma ação
de rotina, não era como imaginamos receber um cafuné, era uma troca de afeto
única e nova. Nesse momento, todo o medo, as inseguranças e dificuldades vão
embora e se é simplesmente feliz. Uma felicidade inexplicável, que te faz
plena, que me faz mãe.
“Pra quem cuida bem da Rosa (pra quem sabe cultivar)”
Eu estava muito preocupada com a Rosa, afinal, de filha
única, virou irmã do meio... temos observado ela muito e digo que, muitas vezes
é ela quem me ajuda. Ela é muito carinhosa com o José. Enche a boca para dizer “meu
irmão!”. Quando ela quer mais atenção, ela pede. A Rosa é muito verbal e
expressa bem suas necessidades. “Eu quelo colo também”. “Agora blinca comigo um
pouquinho?”. Com a chegada da Clarissa, primeiro ela ficou eufórica com as
visitas de uma amiguinha. Quando a cama da Clarissa chegou, ela entendeu que a
amiguinha veio para ficar e teve uns dias mais difíceis, mas sempre conversando
com a gente: “Eu to chateada, mãe Laula!”. “Com o que, filha?” “Tô chateada com
a Caissa!”. Dando assim a chance da gente explicar e trabalhar o sentimento
dela. Claro que quando ela disse isso partiu nosso coração. Nessa mesma semana
a Clarissa precisou voltar para o abrigo. Ela ficou 4 dias antes de vir para
casa de vez. Foram dias tensos. Até que a Rosa pega um livrinho, “livro da
família”, com uma ilustração de uma mãe e duas filhas e disse: “mãe Laula, Osa e
Caissa! É a nossa famiia!” Posso com isso? Eu indo e ela voltando desse jeito?
Um mês passado e elas brincam e brigam como as irmãs que são.
A Rosa me enche de orgulho todos os dias e cada dia mais.
Amo muito meus 3 filhos, mas cada um é diferente. A Rosa foi meu maior
arrebatamento. Minha primeira filha que significou tantas coisas, tantas
superações, me fez mãe e me mostrou que eu podia ter uma família. Foi ela
também que possibilitou os irmãos. Como ela está bem, inteligente, segura, nos
deu confiança para ter o segundo e o terceiro... pode ser que seja só dela
mesmo, mas nos dá a impressão de que estamos fazendo um bom trabalho.
“E agora, José?”
Pois é, menino. Muita coisa acontecendo e você tão
pequenininho... O José desde que nasceu, primeiro dia de vida, que é avesso a
berços. Na maternidade só dormiu quando colocamos ele na nossa cama. Na
primeira noite dormiu do meu lado e na segunda do lado da Marta. É também
avesso a carrinho, bebê conforto, chupeta... o que ele gosta? Colo e peito. A Marta
diz que foi o jeito dele de garantir a atenção. Eu acho que foi o nosso acordo
com ele de se dispor a ser exatamente o que ele precisa nesse momento. Não
estamos educando ele a ser independente desde cedíssimo para estarmos o máximo
possível com ele. Ele é filhote, no sentido categórico da palavra. Ele nem
percebe que saiu da barriga, que não é um pedaço da mãe. Então, ele é pedaço.
Andamos, eu e Marta, com ele amarrado no colo, muitas vezes no sling (para
liberar as mãos para as meninas), mas ele fica ali, sentindo nosso calor, ouvindo
as batidas do nosso coração. Depois descobri que tem uma linha de pediatria
norte americana que defende esse tipo de cuidado com o bebê, que o problema é
que isso seria sacrificioso para os pais... No nosso caso, foi natural. Foi a
melhor maneira de acomodar os três. Cuidamos e educamos as meninas e com o José
agimos quase por instinto. E nada melhor que o instinto no que se refere a
parto, amamentação e bebezinhos...
Adorei os subtítulos com as fotos!! A pose do José tá demais.
ResponderExcluirAdorei, adorei e adorei 3 vezes! Amei o jeito como você conseguiu juntar e separar as características de cada um, a forma de enxergar cada um na sua individualidade e eles fazendo parte de um todo! Morro de amor por essa família linda e morro de orgulho de ter primas assim! Ainda bem que nos aproximamos mais... Não ia aguentar ver essa turma crescer e perder isso!!!! Parabéns pelos filhos lindos e maravilhosos!!! E podexá, que já vamos providenciar a van para o Maraca! :))) Beijos beijos e mais beijos (5 ao todo!) :)
ResponderExcluirEu me emocionei com o processo de maternidade de vocês! E, quero dizer uma coisa, acho a Clarissa parecida com você, Laura.
ResponderExcluirBjs e continue a escrever.
Olá meninas, amei o blog! Cheguei aqui por indicação de uma amiga (que por sinal comentou aqui em cima, rs!) e voltarei sempre! Que lindos os seus filhos e que coisa boa uma família tão grande! Eu adoraria ter 3 filhos! Eu e a esposa sonhamos há anos com a maternidade mas, infelizmente, ainda não podemos alcançá-la. Mas não desistimo!
ResponderExcluirBeijos e foi um prazer imenso conhecê-los!
Boa sorte! Mande notícias!
Excluirola... eu vi o programa novas famílias acho que no gnt e vi vocês esperando o jose e isso já faz um tempo... sempre lembro de voces e penso se deu tudo certo... hj meio sem fazer nada eu procurei e achei vcs... fiquei super feliz com as mudanças e chegadas... e que familia linda vcs formaram.. parabens, tambem tenho uma menina e ter filhos é bom demais beijos aos 5 e saude!
ResponderExcluirTÔ conhecendo agora e me apaixonado... Só uma dúvida a Rosa e o José são filhos de barriga, ou a Rosa é filha por adoção tbm?
ResponderExcluirOi Angela! A Rosa foi gerada pela Marta. O José por mim e a Clarissa foi adotada. Beijo!
ResponderExcluirEsse jeito do josé me faz lembrar do théo, ele foi assim tbm, só queria colo e mama, acho q é coisa de 3º filho rsrsrs.
ResponderExcluir