Rosa e Clarissa hoje discutiam sobre seus tamanhos. Elas se
mediram e perceberam que não há diferença de estatura entre as duas. Mas a
Clarissa dizia: - "Eu sou maior!" ao que a Rosa rebatia com a prova
métrica "não é não!". Até que Clarissa explicou, certa de que ganhara
a discussão: "Eu sou maior porque eu nasci primeiro!". E a Rosa:
"Não Carissa! As mamães falaram que eu que nasci primeiro!". Tive que
intervir. "Rosa, você nasceu depois, o que você sabe é que você foi nossa
primeira filha, nasceu primeiro aqui em casa"
. E ela, pela primeira vez como se
fosse uma grande vantagem, falou: "É, Carissa, você nasceu na casa azul!”
- nome que damos ao abrigo onde a encontramos e onde, aliás, ela não nasceu...
- . Fiquei preocupada. Não soube o que dizer por alguns instantes... Até que a
própria Clarissa respondeu “Mas é que eu não conhecia vocês!”. E a Rosa
completou: “É! E aí a gente te buscou de carro e você veio pra casa!” – a briga
então virou harmonia e as duas tentavam se lembrar desse momento:
Clarissa: E eu era pequenininha.
Rosa: Eu eu desenhei eu e você.
Clarissa: Mas você não sabia desenhar e fazia só bola, bola,
bola...(verdade...)
Rosa: Sabia sim!
Clarissa: E eu desenhei toda a família até o José
Rosa: Eu também fiz o José.
Clarissa: Não, Rosa, porque eu era assim (dobrou um pouco os
joelhos), você era assim (dobrou mais os joelhos) e o José era assim (deitou no
chão em posição fetal!).
Morri de rir e chamei as duas para o café. A discussão
voltou a ser quem vai dar o café da manhã para o baby bear, ursinho mascote da
aulinha de inglês que está nos visitando... Fui percebendo que eu tinha ficado
nervosa à toa. Mas a Rosa guarda com carinho o fato de ter sido a primeira. Tem
foto dela só com a gente e, como foi difícil a chegada dos irmãos, cultivamos
essa memória nela, eu acho. Como uma coisa boa... Ela sabe que foi ela quem
realizou nosso sonho de ser mãe... Ao mesmo tempo, apesar de serem do mesmo
tamanho, a Clarissa é a mais velha com todas as características de irmã mais
velha... Cuida dos irmãos, as vezes acha eles uns “pirralhos”, como se dizia no
meu tempo, e está crente que dialoga com os adultos de igual para igual... E
sim, eu esqueço que ela não estava aqui desde o primeiro dia. Ainda bem que elas
não. Fica mais fácil de entender a história quando elas contam...
Tão maravilhoso recordar... o tempo passa...
ResponderExcluirO amor entre irmãos é especial e uma realização para os pais. Beijo.
ResponderExcluirQue Lindas!!! Muito engraçada as conversas entre elas.
ResponderExcluirElas parecem gente grande...tão inteligentes...recordam tudo e têm uma forma única de exprimir as lembranças. Muito lindo.
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